sexta-feira, junho 03, 2005

A PENEIRA (ou a propósito do 7º Festival do Clube de Criativos)

Utensílio curioso a peneira. Inventado algures nos primórdios da humanidade dita civilizada, serve ainda nos nossos sofisticados dias para separar o que interessa do que não interessa.

Metaforicamente falando, se peneirassemos os nossos próprios processos sinápticos, ficariam contidos na peneira os raciocínios puros, as ideias claras, as intenções objectivas e uma ou outra impureza pouco danosas no meio de tais joias do pensamento. Para lá da rede da peneira, esvairiam-se os inúteis detritos dos quais a nobre actividade cognitiva não necessita.
Ainda metaforicamente falando, sou da firme opinião que todos nós deviamos dar uma valente peneirada cerebral de cada vez que debitamos produto mental. Se o fizéssemos sempre, a nossa criatividade seria muito maior que nós. Melhor ainda, ao contemplarmos todo o processo, veriamos o material precioso a separar-se do lixo até ficar ali, suspenso na rede da peneira, brilhante e puro.

Este raciocínio, devidamente peneirado, leva-me a concluir que por vezes, aquilo que pensamos e deixamos passar dos limites físicos da caixa craniana, pode ser dramaticamente afectado pelas peneiras.
Metaforicamente falando.

João Geada

1 comentário:

REDrigues disse...

AHAHAHAHHAHAHHAHAHHAHHAHA!

Grande Jan....são muitos anos a peneirar peneirentos, né?!?


Ena ena...sou o 1º a comentar por aqui....que honra!

Bem dado shô director!