segunda-feira, novembro 28, 2005

Linear

Certos pacotes não vão para o linear do supermercado, nem ficam na prateleira, vão para a estante. É o caso do último livro do redactor/ficcionista da Euro RSCG Miguel Teixeira - Sem Corantes Nem Conservantes. O livro destaca-se imediatamente pela originalidade da embalagem: um pacote de Tetra Pak. Lá dentro o livro vem despido de lombada e a dedicatória deixa antever quase tudo: “a todos aqueles que ainda buscam na actividade publicitária o seu verdadeiro e genuíno suco, sem adicionantes, corantes ou conservantes.”
A história relata o dia-a-dia de duas duplas de criativos (substantivos), de duas agências de comunicação, com todas as frustrações, sonhos e compensações que a profissão de publicitário acarreta. Ou seja: o cliente que muda tudo, o desejo de triunfar numa agência além-fronteiras e vencer em Cannes.
Ao longo de 272 páginas em corpo 9, deparamo-nos com a linguagem, expressões e jargão do mundo da publicidade. “Sem Corantes Nem Conservantres” pode ser um bom meio para justificar noitadas a quem não está no meio nem percebe muito bem o que se faz e almeja com os reclamos. Um risco que o livro de Miguel Teixeira pode correr é o de se transformar num “espremedor do Starck”, bonito de se ter na prateleira e mostrar aos amigos, mas sem realmente conseguir fazer aquilo a que se propõe inicialmente: espremer o sumo. O tempo e talvez um inquérito telefónico o dirão.

3 comentários:

Anónimo disse...

Este livro foi é o maior fiasco da minha biblioteca. É verdade que o comprei pela originalidade da embalagem, mas tinha esperança de encontrar algum talento naquelas palavras. Nunca vi tantos lugares comuns numa só página. Mas o pior de tudo é a agonia de uma espirituosidade sem brilho nem centelha que apenas contribui para um bocejo cada vez maior. Livra

Anónimo disse...

Vi-o, hoje, numa nova livraria do Porto, a Index. Já a conhecem? Fica mesmo em frente ao Palácio de Cristal, para quem não sabe.
Achei interessante. Ainda não o li mas só pelo simples facto de ser português merece toda a minha atenção, respeito e reconhecimento.
Parabéns ao M.Teixeira ( ao senhor da flor na lapela!!!).

The Sun.

Anónimo disse...

Como autor do livro em questão, venho propor aos que o comentam que se identifiquem. Não se escondam por detrás do anonimato, sejam as vossas críticas boas ou más. É que, dando a cara, torna-se mais fácil discutir o porquê das vossas opiniões. Pois é isso que realmente me interessa. Fica a proposta.